< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO >
No capítulo anterior...
Domitília tenta agradecer ao Ten. Moraes, mas é beijada com paixão
Chalaça chega e presencia a cena, boquiaberto
O amigo do Imperador se retira sem ser percebido
Ten. Moraes se declara para Domitília e fazem sexo
O Capitão acusa Augusto de liderar a rebelião no quartel e o ameaça
Domitília pede a Chalaça que lhe arranje escravos para um serviço sujo
Pedro pressiona Chalaça para saber o que há entre Domitília e o Ten. Moraes
CAP. 213
PEDRO: Vamos, Chalaça! Diga-me! Estou desconfiado desses dois faz tempo e se alguém sabe de alguma coisa nessa história, esse alguém é você!
CHALAÇA: Titília é tão minha amiga, me ajuda tanto, me dá conselhos... Se a prejudicar, não vai me perdoar nunca...
PEDRO: Quem é mais importante? Ela que você conheceu ontem, ou eu que te conheço da vida inteira? Ainda tem dúvidas sobre nossa amizade? Não embroma, Chalaça, te conheço muito bem e sei que está tentando me enrolar. Diga logo o que sabe. Ou terei de bani-lo da Corte novamente como fez o meu pai?
CHALAÇA: Seu pensamento está certo. Titília e o tenente Moraes estão tendo um caso. Estão se encontrando com frequência, ora na Fazenda Santa Cruz, ora na casa do Estácio. E não foi ninguém que me contou não, eu os vi atracados, aos beijos.
PEDRO: Não é possível! Era só essa que me faltava!
Chácara Cedro, quarto de Beija. O casal conversa depois do sexo.
BEIJA: Qual é a situação atual na Província Cisplatina?
PEDRO: Continuamos em guerra. Buenos Aires não abre mão da Cisplatina, eu também não vou abrir. Aquela região é muito importante para a unidade das províncias do sul.
BEIJA: Quer a minha opinião sincera? Acho que já perdemos essa guerra. O destino da Cisplatina é a independência. Pelo que sei aquele povo não tem identidade nenhuma com o resto do Brasil. Foram colonizados por espanhóis, falam outra língua, têm costumes muito diferentes dos nossos... Tente se colocar no lugar deles: não ia querer a independência também?
PEDRO: Tem razão. A independência sim. Mas entregar a Cisplatina a Buenos Aires, isso nunca!
Pedro se levanta da cama, acende um charuto, anda de um lado para outro.
PEDRO: Titília está tendo um caso com o chefe da guarda.
BEIJA: Infelizmente, Pedro, está experimentando do seu próprio veneno. Essa é a verdade. Agora sabe como Leopoldina se sentia ao ser traída dentro da sua própria casa. Dói muito, não é?
BEIJA: Infelizmente, Pedro, está experimentando do seu próprio veneno. Essa é a verdade. Agora sabe como Leopoldina se sentia ao ser traída dentro da sua própria casa. Dói muito, não é?
PEDRO: Talvez eu tenha sido um canalha mesmo. Mas isso não vem ao caso, o que preciso no momento é saber como vou lidar com isso de agora em diante.
BEIJA: Qualquer homem botaria Domitília porta afora, sem o menor remorso. Você não?
PEDRO: Não é tão simples assim... Tenho uma filha com ela que é um dos amores da minha vida... Mas também não quero virar motivo de chacota como o corno de coroa. Alguma decisão terei de tomar...
Dias depois, ao cair da noite...
Beija e o escravo Josué estão na estrada a caminho da chácara.
BEIJA: Preferi retornar ainda hoje para ganhar tempo. Temos muito que fazer amanhã.
Ao passar por uma mata, Josué percebe a trilha bloqueada. Assim que desce para retirar os troncos que bloqueiam a estrada, a charrete é atacada por cinco negros.
Três deles dominam Josué e ou outros dois saltam sobre Beija com chicotes em punho.
Clima de pavor.
Continua...
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No capítulo anterior...
Pedro pressiona o amigo para saber a verdade
Chalaça revela que Domitília e o Ten. Moraes têm um caso
Pedro e Beija conversam sobre a guerra na Cisplatina
O Imperador conta que está sendo traído por Domitília
Ao voltar da cidade Beija e seu escravo são atacados por um bando
CAP. 214
Josué tenta reagir, mas é desacordado a socos e pontapés. Beija é espancada impiedosamente, mesmo implorando a todos os santos por misericórdia.
Depois de muito machucada, bastante ensanguentada, cai desacordada no chão. Seu algoz joga o chicote de rabo de tatu sobre seu corpo inerte, satisfeito com o dever cumprido. Sorri cinicamente.
NEGRO: Com os cumprimentos da Marquesa de Santos.
Os capatazes fogem. Pouco depois outra charrete que vem pela estrada socorre Beija e Josué.
CHARRETEIRO: Meu Deus! É a Viscondessa de Araxá! Mas o que fizeram com ela? Quem a deixou nesse estado? Minha Nossa Senhora!
Enquanto isso, nos corredores da Quinta da Boa Vista...
CHALAÇA (falando baixo): Titília, precisa se afastar do tenente Moraes. D. Pedro está muito desconfiado.
DOMITÍLIA: Do que está falando, ficou doido?
CHALAÇA: Eu sei tudo. Não precisa ter segredos comigo. Mas fique esperta porque D. Pedro está de olho em vocês.
Corta para o quartel do Exército.
O jovem Augusto é preso e conduzido por dois soldados, com brutalidade, a uma cela individual. O Capitão acompanha tudo com indisfarçável satisfação e sarcasmo.
CAPITÃO (do lado de fora da cela): Falta de avisar não foi, soldado! Você foi devidamente alertado de que deveria mudar seu comportamento para evitar maiores problemas.
AUGUSTO: O senhor pode me prender, mas não pode calar meus pensamentos. A não ser que me mate. Sou um homem livre e posso pensar o que quiser.
CAPITÃO: Está me desafiando, soldado?
AUGUSTO: Não senhor, Capitão.
CAPITÃO: Então aproveite bem essa cela mofada e fria para pensar bastante. Pelo menos agora não poderá compartilhar seus malditos pensamentos com ninguém! (e sai)
Augusto chora amargamente.
Domitília passeia pelas baias do palácio, um pouco tensa e desconfiada.
TEN. MORAES: O que faz aqui, Titília? Que eu saiba não tem o menor interesse por cavalos...
DOMITÍLIA (falando baixo): Precisamos nos afastar um do outro. Pedro está desconfiado de nós. Mantenha distância de mim e só volte a me procurar quando eu autorizar, está bem?
TEN. MORAES: Entendido, Marquesa. Mas vou ficar morrendo de saudades...
DOMITÍLIA: Agora preciso ir, porque não posso ser vista aqui.
DOIS MESES DEPOIS...
Gabinete do Imperador, no Paço Imperial.
CHALAÇA: Há uma mulher aí fora querendo lhe falar. Disse que é muito importante e que não sai daqui enquanto não falar com o Imperador.
PEDRO: Quem é essa mulher? Você a conhece?
CHALAÇA: Disse que se chama Ana Stanhouse...
PEDRO: Ana Stanhouse... (tentando se lembrar) Quem é Ana Stanhouse?
Continua amanhã às 21:00 horas...
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