< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO>
No capítulo anterior...
Quando Beija vai anunciar o escolhido da noite, Pedro aparece
Constrangida Beija o escolhe
No quarto Pedro pergunta se foi escolhido por amor
Beija nega. Diz que foi apenas por ser o mais importante
O Príncipe lhe implora para que feche o estabelecimento
Beija aceita, desde que Pedro deixe Leopoldina
CAP. 163
PEDRO: Sabe que não posso fazer isso, Beija, ainda mais agora que Leopoldina está grávida. Meu pai não aceitaria de forma alguma!
BEIJA: Então continua tudo com está. Você continua com a sua esposinha e me deixa em paz. Se
quiser aparecer por aqui, apareça. Mas não posso lhe garantir que será
sempre o escolhido, afinal tenho de defender os interesses da casa e da
clientela.
PEDRO
(nervoso): Está bem, Beija, que seja como você quer. Mas afinal, se fui
escolhido, tenho direito a uma noite de amor com você, não é isso?
BEIJA: Sim, e apenas isso.
PEDRO: Então venha. Quero desfrutar do prêmio que conquistei.
Pedro a abraça e a beija, ávido de desejo e paixão. Mas Beija se finge de indiferente e fria.
Na manhã seguinte, no café da manhã, logo depois da partida de Pedro...
SEVERINA: A Sinhá não parecia muito à vontade com o Príncipe Pedro... Não gostou da noite?
BEIJA: Não. Pedro insiste nas velhas cobranças de sempre.
SEVERINA: Mas a Sinhá não o ama? Se gosta dele porque não aceita seu amor?
BEIJA:
Oras, Severina, se demonstrar que o amo, ele toma de conta da situação.
Vai me submeter a todos os seus caprichos. Preciso fingir de
indiferente para dar as cartas. Só Deus sabe o quanto me custou passar a
noite toda a seu lado fingindo que não sentia nada. Mas tem de ser
assim. Precisa ser...
Algumas noites depois...
Severina nota entre os presentes alguém que lhe chama a atenção.
SEVERINA: Eu não acredito que este cidadão tenha tido a cara de pau de aparecer aqui! Dona Beija precisa saber disso...
Discretamente a escrava tira a patroa de cena para lhe confidenciar.
SEVERINA: A Sinhá não vai acreditar quem está entre os presentes hoje...
BEIJA: Quem, criatura, me conte logo, ao invés de ficar instigando a minha curiosidade.
SEVERINA: O Senhor Chalaça. Ele está ali, bem no canto do salão...
BEIJA: Esse miserável me paga. Será que pensa que não sei que anda me difamando pela Corte e jogando D. João contra mim? Me aguarde!
Chega a hora da escolha do sortudo da noite.
BEIJA:
Senhores, é chegada a hora. Quem será o escolhido? Pois eu lhes digo: o
escolhido desta noite é o senhor Chalaça, ilustre membro da Corte e
amigo íntimo de nosso Príncipe Regente.
Chalaça não se contém de tanta felicidade.
BEIJA (sussurrando para si mesma): Ele não perde por esperar!
Continua...
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No capítulo anterior...
Beija aceita fechar a chácara, desde que Pedro deixe Leopoldina
O Príncipe alega que seu pai não aceitaria tal atitude
A discussão não leva à conclusão alguma
Pedro se atira sobre Beija ávido de paixão e desejo
Ela age indiferente e fria, deixando-o contrariado
Chalaça vai à chácara na expectativa de ser o escolhido
Beija resolve se vingar porque ele a está difamando
CAP. 164
Chalaça
sobe a escada todo empolgado, de braços dados com Beija. Sua situação
privilegiada faz com esnobe alguns companheiros que não tiveram a mesma
sorte.
Corta para o quarto.
CHALAÇA: Dona Beija não imagina o quanto esperei por isso.
BEIJA: Eu também, espero ansiosa por este momento. (pausa) (mudando o tom) Tire as roupas. Quero que fique completamente nu.
CHALAÇA: Mas já? Tão rápido assim? Isso é uma espécie de fantasia?
BEIJA: Digamos que sim. Uma leve manifestação de sadomasoquismo... Vamos, Chalaça, tire as roupas.
CHALAÇA (sem graça): Dona Beija quem manda...
Lentamente ele vai tirando as peças. Enquanto isso Beija aproveita para minar seu estado psicológico.
BEIJA: Não vai me deixar na vontade como daquela vez, vai, Sr. Chalaça?
CHALAÇA: Oh não. Claro que não, Dona Beija. Aquilo foi tão esporádico quanto a passagem de um cometa. Nunca tinha me acontecido antes...
BEIJA: Entendo. Todos dizem a mesma coisa... Você homens... Tão previsíveis e patéticos...
Chalaça começa a entender o sarcasmo das palavras de Beija e fica trêmulo. Termina as roupas ficando apenas de ceroulas e meias.
BEIJA: Tire a ceroula também.
CHALAÇA: E Dona Beija, não vai tirar nada?
BEIJA: Não. Porque não será necessário.
CHALAÇA: Pronto. Agora estou nu, como minha rainha me ordenara.
BEIJA:
Ótimo. Está no ponto para termos a nossa conversinha. (mudando o tom)
Eu quero saber porquê o senhor anda me difamando para toda a Corte. Anda
envenenando D. João contra mim...
CHALAÇA (apurado): Que isso, Dona Beija, isso é um tremendo mal entendido... Isso não é verdade...
BEIJA:
É verdade sim. Esqueceu-se de que vivi naquele palácio por alguns meses
e tenho muitos amigos lá dentro, inclusive a Rainha? Imbecil! Idiota!
Só porque é amigo de Pedro acha que pode jogar o reino contra mim?
CHALAÇA: Confesso, Dona Beija, fiquei com muita raiva por causa do episódio do cachorro. Eu não merecia aquilo...
BEIJA:
O que um chantagista merece? Um prêmio? Você recebeu o que era justo,
cretino! O pagamento devido por sua falta de caráter! Se tivesse
aceitado meu castigo de bom grado, hoje poderia estar aqui desfrutando
da minha companhia, que você tanto queria... Mas não, escolheu o pior
caminho: o de me difamar... Agora sabe o que vou fazer contigo?
CHALAÇA: Perdão, Dona Beija, perdão...
BEIJA: Vou cortar esse negócio que você tem pendurado aí no meio das pernas. Isso não serve pra nada mesmo!
Chalaça fica em pânico.
Continua amanhã às 21:00 horas...
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