Olá!
Você seria professor de escola pública?
No caderno Cotidiano da Folha de São Paulo, GILBERTO DIMENSTEIN escreveu um artigo com o título "Você seria professor de escola pública?" publicado no domingo, dia 31 de maio de 2009. O autor diz da precariedade do ensino público e ainda faz reflexões sobre possíveis saídas para uma escola pública de qualidade como o incentivo do Estado em preparar o professor por um semestre antes de entrar em sala de aula.
Os salários baixos, para o jornalista, não podem justificar a má qualidade do ensino, pois argumenta que mesmo com o aumento dos salários (o que aconteceu na prefeitura) os alunos
continuariam com péssimo desempenho. O fator motivador nesse caso não é o dinheiro. Se pensarmos no corpo docente que atua como professor nas redes públicas como OFAS (não concursados), veremos que se trata de profissionais "encostados", em sua maioria, que não possuem nenhuma perspectiva intelectual e/ou profissional. São professores que "caíram" nos sistema e de lá não sairão até que se aposentem. Aumento salarial que vier será lucro e não motivação milagrosa que tanto espera o Estado.
Outro ponto tocado no artigo é a falta de talentos na rede pública de ensino. Os melhores profissionais estarão mais interessados em ganhar altos salários ou reconhecimento? Outra
discussão proposta por Dimenstein. O sofrimento do professor em relação a sua posição social é um caso a parte. O que antes era visto como detentor do conhecimento e modelo a ser admirado, hoje, tornou-se um "babaca qualquer que tenta fazer algo", descrito assim por seu público alvo, ou seja, os alunos. O respeito não mais existe e pode-se perceber que não há respeito tanto por professores, familiares ou pais. A educação das nossas crianças se perdeu. O mesmo tratamento que se dá ao amigo, é dado também aos pais e claro, ao professor.
Agressões físicas e verbais, bem lembradas por Dimenstein, fazem parte do cotidiano daquele que "tenta" levar um pouco de conhecimento epistemológico aos frutos de nossa nação.
Artigos assim são importantes para a reflexão de toda a sociedade, pois são nossas crianças que freqüentam as escolas para em um futuro próximo exerçam seus direitos e deveres de cidadão. Deve-se olhar conjuntamente para todos os problemas sociais como moradia, saúde, emprego e cultura, antes de focar somente na educação. Muitos dos pais desses alunos "marginalizados" são analfabetos e não incentivam aos estudos, e sim sua presença obrigatória em troca de "bolsas esmolas", "leve ração" ou qualquer outra forma de "falso benefício".
Até onde iremos tentando maquiar assim os dados de nossa sociedade desigual e autoritária que em vez de lutar por uma escola de base de qualidade, prefere jogar analfabetos nas universidades por conta do governo? Mas isso já é outra discussão...
Eis o recado.
26 de julho de 2010
Discussão Diferente
Postado por
Victor Hugo Vasconcellos
às
09:00:00
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