< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO>
No capítulo anterior...
Pedro conta a Veridiana que Motta e Beija terão um filho
A mulher começa a distratar o marido, mas o Príncipe os expulsa
Beija planeja ir à cidade comprar enxoval para o bebê
Severina aconselha a patroa a ter o filho na cidade
Beija acorda com Veridiana gritando palavrões na porta de sua casa
CAP. 157
BEIJA: Mas o que está acontecendo aqui? Que desatino é esse?
VERIDIANA:
Eu que te pergunto, Beija, que história é essa de ter filho com o meu
marido? Essa sua carinha de santa nunca me enganou! Sempre soube que por
trás desse rostinho bonito tinha uma mulher devassa, descarada!
BEIJA: A senhora está completamente enganada. Tudo isso não passa de um mal entendido...
VERIDIANA: Mal entendido? Você não me engana não! Eu sei muito bem que você está de caso com meu marido faz tempo, sua safada!
BEIJA: Calma, dona Veridiana, deve estar havendo algum mal entendido. A senhora deve ter ouvido alguma conversa errada...
VERIDIANA:
Conversa errada coisa nenhuma! Errada aqui é você, sua rapariga
desavergonhada! Eu sei de tudo. O Príncipe Pedro me contou! Você está
esperando um filho e disse que é do meu marido, sua cachorra!
BEIJA: Dona Veridiana, por favor, não faça escândalo na minha porta. Se a senhora quiser entrar, posso explicar tudo direitinho.
Os vizinhos se aglomeram para observar a calorosa discussão.
VERIDIANA:
Eu não quero explicação nenhuma, sua mulher de vida fácil! Só vim aqui
pra te avisar que meu marido não vai querer saber de filho bastardo de
ninguém. Ele tem cinco filhos legítimos e estão todos criados!
BEIJA: Mas não estou pedindo para ninguém assumir meu filho. Sou muito mulher para cuidar dele!
VERIDIANA:
Seu filho não me interessa! Quero mesmo é que fique longe do meu
marido! Você não tem vergonha na cara não? Ficar tomando marido das
outras? Se finge de santa, vai na igreja, dá esmolas para os pobres, mas
na surdina está destruindo lares alheios! Não se envergonha disso não?
Na verdade você é uma pecadora!
BEIJA: O filho que espero é de Pedro. E só disse que era de seu marido porque não queria revelar a verdade a Pedro, só isso.
VERIDIANA:
Você pensa que me engana? Não caio mais nas suas conversas doces. Tudo
bem que o Príncipe Pedro é meio desajuizado, mas daí a ter filhos com
você... Isso aí deve ser de qualquer um por aí. Sabe Deus de quem.
BEIJA: Dona Veridiana, a senhora está passando dos limites. Assim me ofende.
VERIDIANA: É pra ofender mesmo! Quem sabe assim você cria vergonha na cara e pára de assediar os maridos alheios!
BEIJA:
Nunca dei um passo atrás de seu marido. Aquele maldito que desgraçou a
minha vida! Roubou a minha virgindade, a minha honra, a minha dignidade.
Matou o meu avô, que era quem eu mais amava no mundo. Me fez perder meu
noivo... Seu marido, sim, é que desgraçou com a minha vida!
VERIDIANA:
Que sandices são essas que está dizendo agora? Como está com seu nome
sujo, atolado na lama, está querendo sujar a reputação ilibada de um
homem público, é isso? Eu não sei onde é que estou com a cabeça que não
lhe enfio a mão na cara e não lhe dou uma surra daquelas, pra você tomar
vergonha nessa cara lavada!
Continua...
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No capítulo anterior...
Beija acorda com Veridiana gritando palavrões na porta de sua casa
Tem início uma forte discussão. Os vizinhos se aglomeram para ver
Veridiana acusa Beija de ter um caso e esperar um filho de seu marido
Beija nega inutilmente e revela tudo que Motta já lhe fez no passado
Veridiana ameaça agredir Beija
CAP 158
SEVERINA (dando um passo adiante): Se tocar na minha Sinhá, quem lhe enfia a mão na cara sou eu!
FLAVIANA (também dando um passo): A senhora não se atreva a tanto! Ou vai se arrepender!
VERIDIANA: Pensam que vou ouvir essa desavergonhada caluniar meu marido e acusá-lo de tantos absurdos calada?
BEIJA:
Quanto ao que acabei de lhe contar, pergunte ao Ouvidor. Se ele for um
homem de caráter, haverá de lhe contar a verdade. E agora, se a senhora
me dá licença, vou entrar, porque preciso repousar.
Beija vira as costas e sai. As escravas fecham o portão e aguardam que os curiosos se dispersem. Veridiana se retira furiosa.
Na cozinha...
BEIJA: Moisés, vá até a chácara e me traga um pouco de estrume de gado bem fresco.
SEVERINA: O que a Sinhá quer com estrume?
BEIJA: Na hora certa vocês saberão.
Na manhã seguinte, um jovem bate à porta da casa do Ouvidor. Uma escrava o atende, mas a patroa vem logo atrás.
VERIDIANA: Que belas flores! Para quem são?
ESCRAVA: São para a senhora, dona Veridiana. Tem um cartão aqui.
Mais que depressa a curiosa Veridiana abre e lê: “com os cumprimentos de Dona Beija”
VERIDIANA
(admirada): Estranho... Onde a distratei dos pés à cabeça e hoje ela me
manda uma linda bandeja de rosas? Não sabia que era tão nobre assim...
Deve estar querendo me conquistar...
Quando
vai retirar as rosas da bandeja, Veridiana tem uma indesejável
surpresa: suja todas as suas mãos com o estrume de gado que está sob as
flores. Ela tem um ataque de histeria.
VERIDIANA:
Maldita meretriz! Maldita! Mil vezes maldita! Frega dos infernos!
Aquela rapariga me paga! É agora que volto lá e quebro a sua cara!
Nisso o Ouvidor entra na sala e corta sua fala.
MOTTA:
Você não vai a lugar algum! Deixe Beija em paz! Eu lhe proíbo de se
aproximar dela. E se me desobedecer, vou lhe dar um corretivo que jamais
se esquecerá!
Veridiana chora, desesperada com as mãos sujas de merda.
Mas
Veridiana não se dá por vencida. Ela trata de difamar Beija perante
todos na Corte, espalhando sua fama de prostituta ordinária e
inescrupulosa.
Algumas semanas depois...
Beija
sente as dores do parto. Uma parteira e um médico acompanham o
nascimento do bebê na Chácara Cedro. Assim que a criança nasce, Beija
não contém a emoção e chora. Toda suada e descabelada, ela afaga o bebê
em seu peito. Depois o ergue contemplativa e diz:
___ É um menino. Este é o meu principezinho. Vai se chamar Pedro Antonio.
Continua amanhã às 21:00 horas...
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