< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO>
No capítulo anterior...
O mensageiro diz que encontrou uma noiva para D. Pedro
D. João fica eufórico. Quer casamento e muitos netos
Chalaça insinua que Pedro não está interessado em se casar
Sozinho, Chalaça procura pensa num jeito de chantagear Beija
Beija conta a Josefa que está aprendendo a ler, deixando-a muito feliz
Josefa pergunta se Beija de fato ama Pedro
CAP. 131
BEIJA:
Sim, eu amo Pedro. Mas quando faço uma comparação entre ambos, parece
que com Antonio Sampaio foi uma coisa mais profunda, mais intensa... A
sensação que tenho é que gostava mais de Antonio...
JOSEFA:
Esqueça isso minha filha. É uma página virada da sua vida. Seu futuro
agora é ao lado do Príncipe Pedro. Quer melhor que isso? Você pode se
tornar a rainha do Brasil... Já pensou?
BEIJA:
Na verdade sim, é claro que já pensei. Mas a experiência já me mostrou
que quando se trata dos homens, a gente sempre deve ter um pé atrás.
Motta também praticamente prometeu que me traria para o Rio de Janeiro. E
hoje só estou aqui por meus próprios pés... Os homens não são
plenamente confiáveis, minha amiga...
JOSEFA: Entendo a sua precaução. Mas D. Pedro é uma autoridade, certamente é um homem de palavra.
BEIJA:
Engano seu. Pedro é um homem como qualquer outro. O fato de ter um
reino para herdar não o faz diferente de nenhum dos outros. Ele também
ama, trai, engana... Cada vez me convenço de que os homens são todos
iguais...
JOSEFA: De qualquer forma, o melhor que tem a fazer agora é seguir seu caminho com Pedro. O passado em Araxá ficou pra trás...
A escrava se aproxima trazendo a bandeja com uma jarra e dois copos cheios de suco, na cor laranja bem intenso.
SEVERINA: É de pitanga, Sinhá. As frutas foram colhidas hoje mesmo.
BEIJA:
Quero que conheça a Chácara Cedro, uma propriedade que comprei nos
arredores da cidade. Ainda está em obras, mas podemos passar um pedaço
de dia muito agradável lá. Preciso ver em que pé está a reforma. Me acompanha?
JOSEFA: Claro, com todo prazer.
Corta para as baias da Quinta da Boa Vista. Pedro escova seu cavalo enquanto Chalaça e o tratador apenas observam.
CHALAÇA: Seu pai falou contigo a respeito do casamento?
PEDRO: Com a tal Arquiduquesa da Áustria? Falou sim. E não gostei nem um pouco dessa idéia.
CHALAÇA: D. João parece muito empenhado nisso. Disse que quer a casa cheia de netos correndo de um lado para outro.
PEDRO:
Isso eu também quero, mas não creio que este seja o momento oportuno.
Ainda sou muito jovem, quero aproveitar a vida bastante ainda antes de
me casar...
CHALAÇA: Não sei não, mas acho melhor se preparar, porque D. João me parece muito convicto do que quer...
PEDRO: E eu não conheço o pai que tenho? Mas também sei dobrar o velho quando é preciso...
CHALAÇA: E com Beija, você se casaria?
Continua...
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No capítulo anterior...
Josefa pergunta se Beija de fato ama Pedro
Beija diz que sim, mas que ainda lembra do ex-noivo Antonio Sampaio
Josefa aconselha a amiga a esquecer o passado
Beija e Josefa vão à Chácara Cedro inspecionar a reforma
Pedro conversa com Chalaça e reprova a idéia de casar-se
Chalaça pergunta se o Príncipe se casaria com Beija
CAP. 132
PEDRO:
Estou perdidamente apaixonado por Beija. Aquela mulher me leva à
loucura, mas casamento, no momento, não. Prefiro aguardar mais um tempo.
Está tudo muito bem do jeito que está.
CHALAÇA: Não quer se amarar de jeito nenhum, não é mesmo?
PEDRO:
Liberdade é a melhor coisa do mundo, Chalaça. Quer saber o verdadeiro
significado de liberdade? Converse com um negro alforriado...
CHALAÇA: Talvez tenha razão. Tudo tem seu momento certo.
PEDRO:
Mas uma coisa é certa: entre essa Arquiduquesa da Áustria, que nem
conheço, e Beija, que conheço muito bem e sei de seus atributos físicos e
intelectuais, prefiro mil vezes Beija a essa outra.
CHALAÇA: Mas não se pode esquecer o problema do sangue... A arquiduquesa tem sangue azul. Beija não...
Pedro
nem dá muita importância ao assunto, continua escovando o cavalo,
enquanto Chalaça continua pensativo, com a cabeça cheia de idéias.
Na Chácara Cedro, Josefa observa a tudo admirada, enquanto Beija inspeciona e dá ordens aos empregados.
JOSEFA: Beija, mas é muito linda a sua propriedade. Depois de pronta vai ficar um espetáculo.
BEIJA: Pedro me prometeu algumas plantas estrangeiras para ornamentar os jardins...
JOSEFA: Admiro muito o seu bom gosto.
BEIJA: Obrigada.
JOSEFA:
Beija, minha querida, você tem de valorizar muito este homem. Veja só,
um presente desses não é qualquer marido que dá à sua esposa.
BEIJA:
É verdade, Pedro é muito generoso. Mas também apronta das suas, como
todo homem... Sabia que ele adora ir às tavernas se satisfazer com as
negras?
JOSEFA (admirada): Mas é um Príncipe... Não deveria se expor assim.
BEIJA: Pra você ver que não é tão perfeito quanto parece...
JOSEFA: E você, não diz nada a respeito?
BEIJA: Não. Certas coisas devem ser guardadas para serem usadas em horas certas... José e Moisés já o viram várias vezes no desfrute.
JOSEFA: E eles te contam estas coisas?
BEIJA: Contam para Severina e Flaviana.
JOSEFA: Entendo.
BEIJA:
O que estou querendo dizer, minha amiga, é que como todos os outros,
este não é um relacionamento perfeito. Tem suas arestas. Mesmo que um
dia venha a me casar com Pedro, terei de conviver com todos os problemas
de um casamento comum. Mas vou tentar levar este relacionamento até
onde der e tirar o máximo de proveito de tudo.
DOIS DIAS DEPOIS...
Rua do Ouvidor. Bate à porta. Severina atende.
MOTTA: Quero falar com Dona Beija.
Continua segunda-feira...
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