24 de dezembro de 2013

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap 145 e 146

< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO>

No capítulo anterior...
Chalaça chega e está ansioso para se deitar com Beija
Ela o recebe fria, porém gentil
Muito ansioso, Chalaça falha na hora H
Beija se diverte contando para a escrava o acontecido
O Príncipe procura por Chalaça, que está deitado de ressaca
Pedro pergunta a Beija o quê o Ouvidor fazia em sua casa

CAP. 145

BEIJA: Pedro, de novo esse assunto? Foi exatamente aquilo que ouviu: Motta foi me levar um convite de D. Veridiana, só isso...
PEDRO (irritado): Só isso? Por acaso tenho cara de idiota, Beija? Você se ausenta do palácio por dois dias e exatamente nesses dois dias Motta resolve procurá-la na sua casa? Faça-me o favor! Não seria mais correto procurá-la aqui no palácio, já que agora vive aqui?
BEIJA: Não sei explicar porque resolveu aparecer lá, mas posso garantir, não tenho nada com o Dr. Motta. O assunto era mesmo o convite da esposa, que aliás nem vou aceitar, porque não me simpatizo com aquela senhora. Há algo nela que não me agrada...
PEDRO: Há sim, Beija, ciúmes do marido. Todo mundo sabe que Veridiana é um poço de ciúmes e todo mundo percebe os olhares gulosos que lança sobre você...
BEIJA: Pedro, você fala de um jeito... Parece que sou culpada por ser desejada...
PEDRO: Estou farto disso! Não suporto esse bando de homens lhe cortejando, andando atrás de você como cachorrinhos, beijando seus pés e prontos a lhe estender o tapete...
BEIJA: Você está com ciúmes... Isso é bom, significa que me ama de verdade...
PEDRO: Mas não estou achando graça nenhuma nisso. Minha vontade é voar na goela desses marmanjos e lhes ensinar bons modos!
BEIJA: Calma, meu amor. O importante é que sou só sua. Deixe que os outros olhem, suspirem, desejem... Mas no fundo você é meu único dono...
PEDRO: Já falei na cara do Motta que não o quero rondando a sua casa. E você faça-me o favor de não ficar dando corda. Não dê liberdade, não aceite convites, nada! Mantenha-se distante daquele sujeito. Conheço muito bem o Ouvidor. Com aquele lá não se pode facilitar.
BEIJA: Você fez mesmo isso? Obrigado por me defender, meu amor, obrigado.

Depois do almoço, nas baias...

PEDRO: Por onde andou, Chalaça? O guarda me disse que chegou com o dia clareando...
CHALAÇA: Verdade. Foi uma noite longa...
PEDRO: Mas me diga, o quê aconteceu de tão bom assim, que o fez perder a noção do tempo?
CHALAÇA: Uma nova mulata que chegou à taverna. Meu amigo, se lhe contar você não vai acreditar... Aquilo não é mulher, é uma máquina de prazer...
PEDRO: Posso imaginar... Dia desses vou aparecer por lá para conhecê-la...
CHALAÇA: Mas você me parece meio sério, sisudo... Aconteceu alguma coisa?
PEDRO: Sim. Beija e eu acabamos de ter uma discussão. Estive em sua casa ontem e com quem me deparo lá, fazendo uma visitinha de cortesia? Motta, o Ouvidor Motta. Justo nos dois dias em que Beija se afastou do palácio?
CHALAÇA: Ora, Pedro, está cismado à toa... Motta é um homem íntegro, correto, merecedor da confiança de seu pai há anos... Não creio que seria capaz de uma atitude dessas...
PEDRO: Mas você bem sabe que quando o assunto é mulher, sua fama também vem de longa data... Prefiro não correr riscos e já o adverti logo para que fique longe de Beija!
CHALAÇA: Desnecessário, meu caro Pedro. O Ouvidor não teria a audácia de cortejar justamente a “Favorita do Regente”...
PEDRO: Mas, afinal, porque defende tanto o Ouvidor Motta?

Continua...

< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO>

No capítulo anterior...
Pedro pergunta a Beija o quê o Ouvidor fazia em sua casa
Beija insiste que não tem nada com Motta
Pedro confessa que está incomodado com o assédio a Beija
Ela tranqüiliza-o dizendo que o ama, que é somente sua
Pedro conta a conversa a Chalaça e este defende o Ouvidor
O Príncipe quer saber por que o amigo defende Motta

CAP. 146

CHALAÇA: Não se trata de defender, Pedro, apenas acredito que esteja vendo coisas onde elas não existem... Tudo bem que Motta tem sua fama de mulherengo, mas isso foi coisa da juventude. Hoje é um senhor, pai de família, nem tem idade e energia para tantas aventuras assim...
PEDRO: Curioso ouvir você falando em favor dele... Até certo tempo atrás não pareciam tão amigos...
CHALAÇA: Engano seu. Nunca tive diferenças com Motta. Apenas uma ou outra divergência ideológica, mas no campo pessoal sempre nos demos muito bem...
PEDRO: E essa história de “Favorita do Regente”, isso é verdade?
CHALAÇA: Nunca lhe falaram nada? Pois por aí é assim que se referem a Beija. O caso de vocês é público e notório... Alguns até dizem que foi você quem a trouxe para ser a dama de companhia da Rainha, justamente para ficarem juntos...
PEDRO: Esse povo fala demais... Beija é minha favorita mesmo, mas não sei até quando...
CHALAÇA: Como assim? Não entendi o motivo de sua dúvida.

O príncipe coloca comida para seu cavalo.

PEDRO: Ando incomodado com o assédio que Beija vem sofrendo. É muito homem rondando, fazendo propostas, assediando...
CHALAÇA: Ora, Pedro, que conversa é essa? Não confia no seu taco? Acorda, amigo, você é o herdeiro de um trono... Acredita que Beija fosse capaz de trocá-lo por outro?
PEDRO: Título não é tudo, Chalaça. Nesses assuntos de amor e sexo, a química fala mais alto. Eu mesmo, não deixo as belas senhorinhas da Corte para me deitar com as negras e as mulatas? Quantas senhoras casadas e de boa reputação não se deitam com seus escravos? Os senhores com suas escravas então... Tenho medo que Beija se canse de mim e resolva experimentar algo novo.
CHALAÇA: Não estou lhe reconhecendo hoje... Nem parece o Pedro de sempre, altivo, alto astral.
PEDRO: Bom, mas vamos deixar isso pra lá. Por oras já desabafei, com ela e contigo.

Pedro se retira. Chalaça observa seu afastamento e diz bem baixinho:

___ Por enquanto é melhor que tudo continue como está. Beija com Pedro e com Motta, porque assim sobra uma brechinha para o Chalaça...

Alguns dias depois...

Um cavaleiro se aproxima da porteira da Chácara Cedro, sem nada saber.

ANTONIO SAMPAIO: Dia! Pode me arrumar um copo de água fresca? Estou sedento e cansado, já há vários dias na estrada.
ESCRAVO: Nhô sim. Aguarde um instante, sinhô, que vô pegá.

Nisso, algo lhe chama a atenção. Chega a charrete e dela desce Beija e o Ouvidor Motta. Antonio mal pode acreditar no que vê.

ANTONIO: Meu Deus! É Beija! Mas o que ela faz aqui com o canalha do Ouvidor?

Continua amanhã às 21:00 horas...

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