26 de dezembro de 2013

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap 151 e 152

< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO>

No capítulo anterior
Motta pergunta a Pedro o que pretende fazer
Pedro diz que não vai fazer nada, porque Motta é protegido de D. João
Com relação a Beija, pede um tempo para pensar
D. João revela a Pedro a chegada de sua noiva da Europa
Beija planeja contar a Pedro que está grávida
Pedro comunica a Beija que vai se casar com Leopoldina

CAP. 151

BEIJA: Eu ouvi bem, foi isso que disse? Vai se casar com outra mulher?
PEDRO: Entenda, Beija, não é por vontade minha, mas sim, por imposição de meu pai.
BEIJA (chorando): Mas e nós? Vivemos uma linda história de amor... E agora de uma hora pra outra tudo isso acaba?
PEDRO: Infelizmente meu pai assinou um documento se comprometendo com o Imperador da Áustria. É uma coisa que não pode ser desfeita.
BEIJA: Mas, os seus sentimentos não são levados em consideração? E a sua vontade, isso não conta?
PEDRO: Não, Beija, não conta. Meu pai bateu o pé. E tem de ser assim. É um acordo entre dois países, não pode ser desfeito, nem mudado. Eu sinto muito...
BEIJA: Você não pode me deixar aqui assim... Eu o amo, Pedro! Por isso que nunca fizemos planos... Sempre tão superficial, não é, Pedro? É porque já tinha a intenção de me abandonar...
PEDRO: Não seja injusta comigo, Beija. Isso nunca me passou pela cabeça. Não pense que não estou sofrendo. Deus é minha testemunha o quanto relutei contra isso. Não tinha planos de me casar tão jovem, mas se assim o fosse, queria que fosse contigo. Mas agora não há outra solução.
BEIJA: Meu Deus! Como podem obrigar duas pessoas que nem se conhecem a se casarem?
PEDRO: Peço que me perdoe. Não queria que sofresse, afinal de contas meu amor por você é puro e verdadeiro. Mas saiba que sempre poderá contar comigo. Melhor eu ir agora. Adeus.

Beija senta e chora amargamente. Severina a ampara.

Horas mais tarde...

SEVERINA: A Sinhá nem falou nada da gravidez?
BEIJA: Como? Ele chegou e já foi despejando a notícia sobre mim... Nem se tivesse dado tempo não teria falado...
SEVERINA: Porque, Sinhá?
BEIJA: Se contasse, ficaria parecendo que era um golpe para forçá-lo a ficar do meu lado. E pelo que entendi, nem isso adiantaria... Pedro falou de um acordo entre países, coisa complicada de se resolver...
SEVERINA: E agora, como a Sinhá vai fazer com essa criança, sem pai?
BEIJA: Vou criá-la, sozinha mesma. Não preciso de homem ao meu lado para criar um filho. Sou muito mulher para ser pai e mãe ao mesmo tempo.

Nos jardins do palácio...

PEDRO: Estou com o coração amarrotado. Pela primeira vez amei alguém de verdade. Achava que seria pra sempre...
CHALAÇA: Foi melhor assim, Pedro. Seu relacionamento com Beija não teria futuro. D. João nunca permitiria sua união...
PEDRO: Mesmo que não fosse uma união oficial, mas ficar a seu lado me bastaria. Quando a gente ama, o que se quer é ficar junto... Mas agora, do jeito que tudo terminou, Beija jamais me perdoará...

De volta à Rua do Ouvidor... A escrava se dirige à sala.

SEVERINA: Dona Beija mandou me chamar?
BEIJA: Sim, chamei. Diga a Moisés que procure o Chalaça e o mande ir à Chácara Cedro amanhã à noite. Quero dar uma lição naquele cretino da qual jamais se esquecerá!

Continua...


> Web Novela de MARCOS SILVÉRIO <

No capítulo anterior...
Pedro comunica a Beija que vai se casar com Leopoldina
Beija fica estarrecida e não compreende o rompimento brusco
Pedro explica que seu pai o obriga em função de um documento
O acordo nupcial foi feito com o Imperador da Áustria, Francisco I
Beija desiste de contar a Pedro sobre sua gravidez
Pedro sente o fim do relacionamento e Chalaça o consola
Beija manda convidar Chalaça para um encontro na chácara

CAP. 152

SEVERINA: A Sinhá quer dar uma lição nele?
BEIJA: Sim, para que saiba com quem está lidando. Isso é para aquele cretino aprender a não chantagear ninguém, nunca mais!
SEVERINA: O que a Sinhá vai fazer com ele?
BEIJA: Aguarde. Você será uma das primeiras a saber. Agora vá, e instrua Moisés para dar o recado.

Na tarde do dia seguinte, nas baias do palácio.

PEDRO: Chalaça? Aonde vai todo paramentado assim, meu caro?
CHALAÇA: Vou ao encontro de uma dama...
PEDRO: Mas precisa caprichar tanto assim na aparência? Está mais com cara de quem vai a um baile de gala... E pode se saber o nome dessa dama?
CHALAÇA: Não... É segredo. Não conto nem sob tortura... Mas posso garantir que merece toda essa preparação e muito mais. É uma pessoa muito especial. E se mandou me chamar, é por um motivo muito especial, o qual até desconfio qual seja...
PEDRO: Está bem. Justificativa aceita. Boa sorte no seu encontro. (e sai)
CHALAÇA (para si mesmo): Algo me diz que D. Beija me quer como seu novo amante. Já que levou o pé na bunda de Pedro, quer algum outro nobre para ocupar seu espaço. Fico muito satisfeito que este outro seja eu... (risos de felicidade)

Numa outra área do palácio, D. Carlota se abana do calor enquanto D. João degusta uma coxa de galinha.

D. CARLOTA: É uma pena que Beija não possa mais ser minha dama de companhia. Gostava muito daquela rapariga. Mas me pediu para se afastar das funções. Disse que pretende passar uma temporada nas Minas Gerais, em companhia dos pais enfermos...
D. JOÃO: Melhor assim. Agora que menino Pedrinho vai se casar não seria prudente que aquela rapariga vivesse aqui pelo palácio a tentá-lo...
D. CARLOTA: Pois eu fazia muito mais gosto na união de Pedrinho com Beija do que com essa desenxabida da Áustria... Menina magrela, feia... Uma pobre coitada. Beija é muito mais linda, tem muito mais presença... Física e de espírito também...
D. JOÃO: Estou fazendo o que é melhor para nosso filho. Hoje não me entendes, mas amanhã vais me agradecer por ter agido assim.
D. CARLOTA: Eu, te agradecer? Se tudo certo, não fizeste mais que sua obrigação, afinal de contas é o teu filho!

Cai a noite. Chalaça chega à Chácara Cedro. Desce da charrete e caminha na direção da escadaria que dá acesso à porta principal da casa. Nisso, dois cães ferozes se aproximam e começam a ladrar furiosos.

Continua amanhã às 21:00 horas...

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