15 de setembro de 2010

Com acertos e erros, novela é o principal produto da televisão brasileira:


Um amor impossível que precisa enfrentar todos os obstáculos para no último capítulo se concretizar. A mocinha que sofre todas as ações da vilã, mas que no final vive feliz para sempre ao lado do homem perfeito. Beijos cinematográficos, cenas românticas, ação, mistério e humor. Uma química perfeita que há muitos anos se transformou no principal produto da televisão brasileira, que chega aos seus 60 anos no próximo sábado. As novelas concentram boa parte dos recursos publicitários e representam as maiores audiências das emissoras que investem neste gênero. “Passione”, por exemplo, garante mais de 55% do público do horário para a Globo e “Ribeirão do Tempo” permanece no topo do ranking de audiência da Record, em torno dos 20% de share. No SBT, a reprise de “Ana Raio e Zé Trovão” alavanca o prime-time de Silvio Santos.
O brasileiro sabe fazer e gosta de assistir novela. Pare e pense quantos vezes você deixou de sair só para não perder o último capítulo revelador. Ou em quantas ocasiões chegou mais tarde aos compromissos porque naquela noite o vilão seria desmascarado ou a mocinha acertaria as contas com a sua rival. Seja verdadeiro! Isso aconteceu, mesmo que em poucas ocasiões. Você também fez bolão para saber quem matou Salomão Ayla, Odete Roitman ou quem era a próxima vítima. O fato é que uma novela bem feita é capaz de envolver o telespectador, informar e prestar serviço. São muitos os títulos (Manuel Carlos escreveu a maioria) que conseguiram mobilizar a sociedade nas mais diferentes campanhas, despertar o público para questões políticas e transformar comportamentos.
São muitas as boas novelas. “Irmãos Coragem”, “Dancin’Days”, “Gabriela”, “O Bem Amado”, “A Viagem”, “Pedra Sobre Pedra”, “Escrava Isaura”, “O Rei do Gado”, “Renascer”, “A Próxima Vítima”, “Pantanal”, “A Guerra do Sexo”, “Tieta”, “Os Imigrantes”, “Éramos Seis”, “A Favorita”, “Escrito nas Estrelas”…. nossa quanta coisa! São muitas também as novelas que não funcionaram, como “Cristal”, “Negócio da China”, “Bang Bang”… Será que houve um desgaste? Pode ser, mas crise ainda está longe, mesmo porque uma novela só precisa de uma boa história e criatividade não falta em nossa televisão. Basta estimular os criadores desses enredos.

Fonte: Parabólica JP.
Texto: José Armando Vannucci.
Foto: Divulgação/Globo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Novelas eram boas quando focavam em uma única e grande história. Agora elas têm inúmeros núcleos. Há personagens que não se cruzam sequer uma vez durante o folhetim. Para acompanhar um núcleo que é interessante, tem-se que tolerar os outros. Bom mesmo era a época do "a seguir cenas do próximo capítulo". Aliás, tenho grande curiosidade em saber qual a última novela que usou esse recurso. Visitem meu blog: http://tvcinemaeafins.blogspot.com/meu novo blog: