2 de dezembro de 2009

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap 21

No capítulo anterior...

Antonio chega da casa de Beija e é surpreendido pelo pai

Vado descobre onde ele passou a noite

Antonio e Beija estão em estado de êxtase pela noite de amor

Vado mostra a Antonio sua dura realidade


CAP. 21


VADO: Me diga, Tonho, o quê que ocê vai fazer agora? Vai assumir seu romance com Beija e comprar briga com o resto do mundo?

ANTONIO: É, meu amigo, talvez você tenha razão... A minha situação tá muito mais complicada do que imaginava...

VADO: Eu sei que ocê gosta dela e está deslumbrado com essa noite de amor, mas ocê não pode apagar o passado dela, fingir que nada aconteceu... Beija é mulher dama. Já pensou quando ocê sair pelo arraiá e todo mundo ficar te apontando, comentando? Ocê tá preparado pra isso?

ANTONIO: Sinceramente, acho que não...

VADO: Ocê é um hôme de sangue quente... Vai meter bala na cara do primeiro que fizer gracinha com a sua cara... Eu te conheço...

ANTONIO: E ainda tem o meu pai e a minha mãe... Ela eu ainda levo na conversa, mas o velho Sampaio é um galho que não enverga de jeito nenhum... Aquilo ali, depois de bater o pé... Acabou!

VADO: Então... Pense um pouco, hôme... Isso não pode dar certo. É melhor ocê tomar juízo agora para evitar complicação depois...

ANTONIO: Então você acha que minha melhor alternativa é casar com Aninha e ficar quieto no canto?

VADO: É Tonho... Pode não ser a que ocê quer, mas com certeza é a melhor...

ANTONIO: Mas e Beija, o que eu faço com ela? Não consigo tirar aquela mulher da minha cabeça...


Nos dias seguintes Antonio volta várias vezes à chácara e as noites de amor se sucedem. O clima de paixão e envolvimento é total. Porém Beija desconhece as barreiras que este amor está por enfrentar e Antonio é atormentado por muitos questionamentos.


BEIJA: Estou tão feliz, Antonio... Cheia de planos, de energia... Pensei até em desistir de construir meu palacete na cidade... Acho que podemos ficar por aqui mesmo, na chácara...

ANTONIO: E por que ficar aqui?

BEIJA: Podemos encher essa casa de filhos e será melhor para as crianças uma casa espaçosa, na fazenda, com muito quintal para correr, brincar...

ANTONIO: Realmente você está empolgada mesmo...

BEIJA: Estou tão feliz com nosso reencontro, com tudo que estamos vivendo, que gostaria de sair correndo, gritando para o mundo inteiro, sabe? Espalhar essa felicidade, dividi-la com todos... (percebendo a indiferença dele) Engraçado... Parece que você não está muito empolgado... Aconteceu alguma coisa?

ANTONIO: Ainda não... Mas ando muito preocupado com essa situação toda. Não sei como a minha família vai reagir quando souber que estamos nos encontrando...

BEIJA: Oras, seus pais me adoram... Dona Ceci é minha segunda mãe... Não creio que isso seja o maior dos problemas...

ANTONIO: Não é bem assim, Beija. Tem toda a sua história com o Ouvidor... A morte do seu avô... O povo do arraial lhe acusa de ter matado seu João...

BEIJA: Meu Deus, mas será que as pessoas não vão se esquecer disso? Posso entender que essas acusações partam dos estranhos, mas não creio que venham de pessoas tão íntimas como seus pais...

ANTONIO: Uma coisa é certa, Beija: se quisermos levar em frente nosso relacionamento, vamos ter de enfrentar muitas barreiras... Muitas...


O clima de desilusão toma conta do ambiente... Aquela noite não seria como as outras...


No dia seguinte, inconformada com a situação e contra os conselhos da escrava Severina, Beija resolve visitar Dona Ceci para dissipar todas as dúvidas. Mal pode imaginar o que lhe aguarda...


BEIJA: Dona Ceci! Quanto tempo! Que saudades da minha segunda mãe!


Continua amanhã...



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