POR TRÁS DAS LENTES

Capítulo 46



Cena: edifício no Catete (noite)

Judith,toma banho morno demorado,deixa a água cair nas costas para relaxar,sente-se desolada sem se entender bem.Sai do box e veste o roupão,toma uma xícara de leite quente com mel,vai pra sala pega a câmera fotográfica ,olha as fotos e transfere para o computador.

Judith- Quem será esse homem que estava com Regina no zoológico,e essa mulher com quem João pretende casar,quem será? Sei que trabalha na empresa,saiu de lá.Deve ser um caso escondido,tanto que saíram separados e ele a pegou na parada de ônibus.

O telefône toca:

Judith - Alô
José- Minha grande fada,como vai?
Judith- Ai amigo,estou no rolo.
José- Senti que você precisa de mim.
Judith- Sentiu certo,hoje estou um tanto deprimida.
José- Aceita uma pizza e dois choops ?
Judith- Se fosse agora seria ótimo.
José- E por que não ?
Judith- Pelo simples fato de você estar em São Paulo e eu no Rio.
José- Estou pronto para te oferecer meu ombro.
Judith- Eu sei mas agora o que preciso é mesmo colo.
José- Se não achar muito tarde,daqui há uma hora e meia estarei aí.
Judith- Como ?
José- Cheguei no Rio,queria te fazer uma surpresa mas vou te ver agora.
Judith- Então venha,estarei te esperando.
José- Vou acertar o hotel e irei em seguida.
Judith- Não,venha agora,durma aqui hoje e amanhã veremos um hotel.
José- Se é assim,tô chegando.

José desligou e Judith sentiu um alívio.

Cena: São Paulo (noite)

Fábio está estacionado perto de um cinema esperando Vera como de costume,ela se atrasa em vinte minutos para ele.Na verdade,ela estava sentada dentro de um táxi a uma quadra do local marcado.
O motorista aguardava as coordenadas em silêncio aquela mulher incomum,ventida com um casaco tipo sobretudo amarelo,com seus 1,78 de altura cabelos chocolate longos lisos e olhos azuis.

Taxista- Não quero nem olhar muito pra essa mulher (pensava),se quisesse se esconder não apareceria tanto.

Vera pediu ao motorista para deixa-la no cinema,saiu do táxi e deixou o troco de R$ 30,00.
Fábio ficou obeservando-a ansioso.

Vera- Demorei né (falou beijando-o)?
Fábio- Tá perdoada,isso é típico de mulher.
Vera- Nada disso,me atrasei para ficar cheirosa pra você,quer cheirar ?
Fábio- Muito mais do que pensa.
Vera- Já sei de tudo que aconteceu.
Fábio- As notícias voam....
Vera- Mota me ligou.
Fábio- Ele é um pouco precipitado.
Vera- Se está aborrecido é porque me considera pouco.
Fábio- Não diga isso,confio em você tanto quanto em mim.O que quis dizer é que Mota está se apavorando,te contar é uma coisa mas temo que não se segure muito.
Vera- No fundo Mota sabe que você é o grande gênio,sem sua sociedade e amizade ele jamais teria deixado de ser corretor.

Fábio sentiu-se lisonjeado em saber o quanto Vera o admira.
Vera sentiu-se satisfeita com o brilho no olhar de Fábio por acreditar em cada palavra.

(continua no próximo capítulo)