9 de agosto de 2009

Os maiores vampiros da história

Nosferatu A obra Drácula, escrita pelo irlandês Bram Stoker em 1897, foi aquela que definitivamente inseriu o vampiro na cultura mundial. É natural, portanto, que este tenha sido um dos primeiros romances a serem transpostos para a telona - inicialmente, de forma "não-autorizada": o filmeNosferatu - Eine Symphonie de Garuens (1922), repudiado pela viúva de Stoker e alvo de uma ação judicial que o tirou de circuito. O veto da Justiça, porém, não impediu que o longa se tornasse um objeto de culto (volta e meia é reexibido em mostras e festivais) e ganhasse um remake em 1979, dirigido por Werner Herzog (um dos gigantes do cinema alemão). Drácula - ou Graf Orlock, pois os realizadores alteraram os nomes de todos os personagens para evitar um processo - foi vivido com assustadora eloqüência pelo ator Max Schreck.
Conde Drácula Está para o vampirismo como Elvis Presley está para o rock. Muito dessa fama se deve aos atores excepcionais que o imortalizaram no cinema - um na década de 30, outro nos anos 50 e 60: Bela Lugosi e Christopher Lee. Lugosi defendeu o papel duas vezes, no ciclo de filmes de horror que a Universal realizou logo após a Grande Depressão - na sua caracterização, Drácula ganhou o fraque preto e a capa de ópera que notabilizam o personagem no folclore popular. Mas os dentes pontudos e o apelo sexual só foram anexados à criatura por Christopher Lee, que transformou o conde em um tipo de símbolo sexual gótico. Uma legião de atores viveu Drácula desde então (inclusive Jack Palance e Gary Oldman), mas Lugosi e Lee detêm a primazia do papel.

Carmilla Protagonista de um conto de Sheridan Le Fanu publicado em 1872, a vampira Carmilla antecedeu Drácula na literatura, sem nunca obter a estatura de seu contraparte masculino. A produtora Hammer corrigiu parcialmente essa injustiça ao realizar uma trilogia inspirada na personagem: Carmilla, a Vampira de Karnstein (1970), Luxúria de Vampiros (1970) e As Filhas de Drácula (1971).

Conde Von Krolock Admirador confesso dos filmes da Hammer, Roman Polanski (O Bebê de Rosemary) dirigiu, em 1967, um pastiche delicioso de todos os longas de vampiros rodados até então: a comédia A Dança dos Vampiros, co-estrelada por ele próprio. O vilão é o infame Conde Von Krolock (Ferdy Mayne), que almeja disseminar o vampirismo por toda a Terra. Com muitos momentos hilariantes e personagens escrachados - há até um vampiro gay! -, o filme consegue ser assustador quando quer.
Blacula A blackexploitation - movimento notabilizado por filmes feitos por e para afro-americanos nos anos 70 - produziu ícones próprios em gêneros como o policial, a comédia e o horror. Em 1972, o filão entregou ao público o primeiro longa protagonizado por um vampiro negro: Blacula, vivido por William Marshall. Na história, um príncipe africano é "vampirizado" pelo Conde Drácula e tem um destino semelhante ao de seu antecessor: torna-se um mordedor de pescoços femininos e tem um fim dramático, sendo pulverizado pela luz do Sol.
Miriam Blaylock A diva Catherine Deneuve (de A Bela da Tarde e Charada) deu sua contribuição ao filão em Fome de Viver, na pele da sedutora Miriam Blaylock - vampira que é o elo central de um triângulo amoroso que inclui, ainda, os igualmente imortais John (David Bowie) e Sarah Roberts (Susan Sarandon). Cult de carteirinha, o filme trata o vampirismo como uma metáfora para o tédio da vida sem mudanças, da morte na alma.
Jerry Dandridge Chris Sarandon reinventou os mortos-vivos para os adolescentes "oitentistas" no divertido A Hora do Espanto (1985), no qual vampiro bonitão ataca estudantes em um subúrbio norte-americano. Contra ele, insurgem-se dois garotos e um "matador de vampiros" da TV - o ator decadente Peter Vincent (Roddy McDowall, em seu papel mais popular depois da cinessérie Planeta dos Macacos).
David Antes de encarar os terroristas da série 24 Horas, Kiefer Sutherland foi o vampiro adolescente de Os Garotos Perdidos, engenhosa derivação de A Hora do Espanto que mesclou o sobrenatural com um tema caro ao cinema teen: a delinqüência juvenil. Os sanguessugas liderados por David andam de moto e reverenciam Jim Morrison - e o vampirismo é tanto uma metáfora para as drogas como para a Aids, que ganhava as manchetes dos jornais naquele período.
Lestat de Lioncourt Nas últimas décadas, a grande fomentadora do mito vampírico foi a escritora Anne Rice. Ela publicou uma série de romances que reedita os clichês do gênero, mas também propõe inovações interessantes: nela, os dramas e tragédias particulares dos sanguessugas humanos são ricamente descritos. Além disso, um de seus personagens - o sedutor Lestat de Lioncourt - já se inscreveu na história do gênero. A melhor adaptação de suas crônicas vampíricas para o cinema é o bom Entrevista com o Vampiro (1994), com Tom Cruise vivendo Lestat.
Vampirella Os anos 60 foram regeneradores para os quadrinhos - nessa década surgiram ícones como Hulk, Homem-Aranha, Quarteto Fantástico e X-Men - e também, para os quadrinhos vampíricos: em 1969, Forrest J. Ackerman criou a deliciosa Vampirella, personagem vinda à Terra do planeta Drakulon em busca de sangue humano. Curvilínea e usando um uniforme revelador, a personagem estreou no cinema em 1996, em uma adaptação obscura estrelada por Talisa Soto.
Angel O sucesso de Buffy - A Caça-Vampiros (série inspirada em um longa-metragem meio esquecido, lançado em 1992) originou esta outra série estrelada por David Boreanaz. O herói de Angel é um vampiro de bom coração que enfrenta ameaças sobrenaturais em Los Angeles enquanto busca a própria redenção.
Santanico Pandemonium Depois de serem reconhecidos como grandes realizadores de sua geração, os bad boys Quentin Tarantino e Robert Rodriguez uniram forças em um híbrido de filme policial e filme de horror:Um Drink no Inferno, pérola escrita por Quentin e rodada por Rodriguez em 1996. No auge da beleza, Salma Hayek - na pele da sanguessuga Santanico Pandemonium - protagoniza um show de dança erótica que, apesar da curta duração, exala mais sensualidade do que todas as cenas de Showgirls e Instinto Selvagem 2, juntas.
Blade Como Vampirella, o sanguessuga heróico vivido por Wesley Snipes em Blade (1998) é outra invenção das HQs. Surgido no gibi A Tumba de Drácula, lançada no Brasil nos anos 70 (na versão em português, o personagem atendia pelo nome de Faquista), Blade é um híbrido de homem e vampiro que combate outros mortos-vivos - o que faz dele um pária para sua própria espécie.

E que ninguém reclame que faltou Edward Cullen. Ele fica pra uma lista dos vampiros menos violentos e mais apaixonados.

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