Desde que entrou no ar, “Viver a Vida” dividiu opiniões dos telespectadores e da crítica especializada. Há quem goste porque trata-se de uma crônica sobre relacionamentos e quem desliga a TV porque discorda do excesso de traições e da lentidão da trama. Não há como negar que o ritmo é o grande problema da novela de Manoel Carlos. Algumas histórias se arrastam por diversos capítulos (o Reveillon durou quase uma semana), personagens desaparecem e retornam sem explicações e as tramas paralelas perdem espaço diante das boas interpretações de Lilian Cabral e Alinne Moraes. Novela é uma obra aberta e o autor dá mais ou menos espaço ao que funciona junto ao telespectador, que neste caso aprovou a história de superação de Luciana.
Nos últimos capítulos ficou evidente que, pelo menos neste momento, Luciana e Tereza são as protagonistas de “Viver a Vida”. A menina mimada que ficou paraplégica foi morar na casa do pai e ficará ao lado de Helena. Será que as duas serão realmente amigas? Não sei o que vem pela frente, mas Manoel Carlos acertou ao aproximar as duas personagens. Com Luciana ao lado é bem capaz do telespectador olhar mais atentamente para a Helena, protagonista que até agora não mostrou força na novela.
Os últimos capítulos mostram outro aspecto interessante: o envolvimento do público com o drama de Luciana é uma prova de que a novela não precisa recorrer às traições. Isso já não atrai mais tanta audiência. Manoel Carlos insistiu no tema e colocou vários personagens em relações extraconjugais. O fato é que outras situações são mais atuais do que a crise no casamento.
Fonte: Parabólica JP.
Texto: José Armando Vannucci.
Foto: Maurício de Souza/Rede Globo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário