20 de novembro de 2009

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap 11

No capitulo anterior...

Antes que Motta arrebente a porta, Beija abre

Motta propõe marcar um novo jantar para os amigos

Ele explica mais uma vez os motivos de não levá-la consigo

Doa à amante todo o mobiliário e os escravos do palacete

Pede que ela volte a dormir com ele


CAP. 11


Beija caminha pelo quarto, pensa por alguns instantes.


BEIJA (voltando-se para ele): Está bem, Motta. Voltarei a fazer o papel de esposa nesses últimos dias. Afinal de contas, não há nenhum sacrifício nisso.

MOTTA: Ótimo. Fico satisfeito com a sua decisão. Será bem melhor para nós dois que o clima nesta casa seja de paz e tranqüilidade.


Mota segura e beija suas mãos. Em seguida se retira. Beija se dirige à janela e fica observando a praça de frente ao palacete, com o olhar distante.


Horas mais tarde, na sacristia da Paróquia...


BEIJA: Alguma novidade nos negócios, Padre?

PADRE: Sim, minha filha. Já negociei suas terras e também as minas de diamante. Ainda nesta semana o comprador irá lhe procurar no palacete para pagar e assinar as escrituras.

BEIJA: Melhor assim. Não quero negócios pendentes. Aqui nessa terra só tive desgosto. Não pretendo voltar nunca mais.

PADRE: Não diga isso, Beija. Aqui você aprendeu muitas coisas, cresceu como pessoa, fez muitos amigos...

BEIJA: Perdão, Padre. O senhor tem razão: fiz muitos amigos verdadeiros aqui. E o senhor é o principal deles. Perdoe-me.


Padre Melo Franco sorri, pois sabe que Beija fala da boca para fora...


Nos dias seguintes tudo transcorre na mais perfeita harmonia. Beija se comporta como uma esposa dedicada e se esmera para agradar Motta. O novo jantar é um sucesso e o casal tem muitas noites ardentes de sexo. Nesta arte a jovem é maestrina. Sabe como ninguém levar um homem ao delírio. Enfim, chega o dia da partida.


Do lado de fora do palacete, cinco mulas estão perfiladas, com suas bruacas carregadas com a bagagem pessoal do Ouvidor. Beija e as escravas ficam na porta principal, aguardando a partida da comitiva.


MOTTA (se aproximando): Beija, é chegada a hora do adeus. Mais uma vez quero lhe pedir desculpas por todo mal que lhe causei. Sei que não há perdão pelo que fiz, mas quero que saiba que fiz por amor, por paixão. Desde o primeiro momento em que meus olhos pousaram sobre você, perdi totalmente a razão. (sem graça) Já lhe disse isso tantas vezes...

BEIJA (segurando suas mãos): Dizem que cada um nasce com um destino. E se o meu era ser a “Moça do Ouvidor”, me conformo com ele, está cumprido. Vá em paz, Motta. Seja muito feliz.


Motta beija sua testa carinhosamente, monta no cavalo e a comitiva parte. Beija e as escravas ficam olhando até que somem no horizonte.


BEIJA (fitando a escrava): E agora, Severina, o que será de mim sem a proteção do Ouvidor?


Continua amanhã...



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