28 de novembro de 2009

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap 18

No capítulo anterior...

Antonio tenta ser indiferente ao reencontrar Beija

O padre a adverte sobre a família do ex-noivo

Os amigos consolam Beija depois do escândalo na igreja

Vado pressiona Antonio e tenta descobrir seus verdadeiros sentimentos


CAP. 18


VADO: Me responda, Antonio, você ama ou não ama Beija?

ANTONIO (pensando entre uma frase e outra): Isso é uma coisa muito difícil de responder... A situação agora é outra... Beija é uma mulher dama... Eu estou noivo de Aninha Felizardo... Acho que cada um de nós vai ter de seguir o seu caminho...

VADO: Não foi essa a pergunta que eu te fiz...

ANTONIO (taxativo): Com amor ou sem amor, agora é tarde... (mudando o tom) E agora vamo continuar tirando o leite que o sol tá quase abaixando...


A poucos metros dali, na varanda da casa grande, tomando um saboroso café quente...


CECI: Acho que a solução agora é apressar o casamento com Aninha... Antonio sempre foi um homem de responsabilidade. Não há de voltar atrás no compromisso assumido.

SAMPAIO: Não sei não... Tenho cá as minhas dúvidas... Pra mim Antonio ainda sente alguma coisa por Beija...

CECI: Você acha mesmo?

SAMPAIO: Quase certeza. Teve aquela ida dele em Paracatu, que embora negue seguidas vezes, não me convence... Hoje já arrumou desculpa para ir conversar com o vigário. Depois eu soube que ela estava lá...

CECI: Essa mulher só pode ter feito algum feitiço para deixar nosso filho assim. Já não é o bastante o posto de “moça do ouvidor” e todo o dinheiro que ganhou lá? Tinha que voltar para nos infernizar? Porque não ficou por lá mesmo?

SAMPAIO: Oras, certamente o Ouvidor não quis levá-la... É casado, tem mulher e filhos na Corte...

CECI: Não tenho liberdade para falar desses assuntos com Antonio, mas você poderia ter uma conversa franca com ele... Sondar seus planos... E não deixe por menos, imponha sua vontade.


Na manhã seguinte, enquanto verificam os chiqueiros...


SAMPAIO: Filho, me diga uma coisa. Você e Aninha Felizardo, como estão?

ANTONIO (fingindo não entender): Estamos bem, meu pai.

SAMPAIO: Eu sei, mas estou perguntando do casamento...

ANTONIO: (sem saber o que responder) Ah... Casamento... Uai... O senhor não acha que tá um pouco cedo pra falar disso? Começamos a nos conhecer melhor há pouco mais de seis meses...

SAMPAIO: Com seis meses sua mãe e eu já estávamos casados e ela esperando você...

ANTONIO: Ah, pai, mas os tempos eram outros...

SAMPAIO: Os tempos são os mesmos, meu filho, o que muda é o seu interesse em constituir ou não a sua família...

ANTONIO: Interesse eu tenho, pai...

SAMPAIO (conclusivo): Você já respondeu o que eu queria saber.


Três dias depois, à noite. Antonio caminha de um lado para outro do estábulo enquanto Vado observa e tenta adivinhar o motivo de sua ansiedade.


VADO: O que você tem, hôme, que não para de andar de um lado pro outro?

ANTONIO (impaciente): nada, Vado. Não tenho nada. Me deixe!


Momentos depois...


ANTONIO: Quer saber de uma coisa? Eu vou lá. E vai ser agora!


Ele monta no cavalo e sai galopando. Vado fica sem entender...


Continua segunda-feira...



Nenhum comentário: