5 de fevereiro de 2014

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap. 219

< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO >

No capítulo anterior...
Domitília determina a Moraes que mate Beija
Benedita ouve e alerta Beija para se prevenir
Benedita revela a Pedro que está grávida e Domitília ouve
Ela também ordena a morte de Benedita
Escravos tentam matar Benedita, mas fracassam
Motta chega de Portugal e procura Beija para ver o filho

CAP. 219

BEIJA: Não posso dizer que sua visita me enche de alegria, mas em todo caso, entre. Temos algumas coisas a esclarecer.
MOTTA: Estou ansioso para ver Pedro Antonio. Já deve estar quase um rapazinho...

Devidamente acomodados...

BEIJA: Tem uma coisa que preciso lhe dizer: Pedro Antonio não é seu filho. O menino é filho do Imperador.
MOTTA (irritado): Como assim, Beija? Você disse a Pedro que o filho era meu... Veridiana aprontou o maior escândalo... Que conversa é essa agora?!
BEIJA: Eu não queria, e não podia, revelar a Pedro naquele instante que estava grávida. Depois não quis contar para feri-lo, para magoá-lo mesmo. Por isso resolvi mentir.
MOTTA: Não poderia ter feito isso comigo!
BEIJA: Isso não foi nada perto do que fez comigo. Ou precisa que te lembre novamente?
MOTTA: Não, Beija, não é necessário remoer esse passado de novo. Já se passaram tantos anos... (sem graça) Bem, pelo menos me deixe ver o menino então...
BEIJA (para a escrava): Severina! Traga Pedro Antonio.

Corta para a delegacia.

NEGRO: Nóis fomo procurado, doutô, por um tenente chamado Morais. Foi ele que pagô pra nóis emboscá a Baronesa.
DELEGADO: E mandou vocês fazerem o quê mais?
NEGRO: A orde era pra nóis matá a Baronesa, mais o danado do Tião disparô a arma ante da hora e assustô os cavalo.
DELEGADO: Mais ainda assim vocês continuaram atirando?
NEGRO: Sim, sinhô. Nóis queria fazê o serviço, pra num tê de devorvê o dinheiro. Nóis já tinha recebido, intão tinha de fazê o serviço.
DELEGADO: Tem certeza disso, negro? O tenente ordenou que matassem a Baronesa de Sorocaba?
NEGRO: Sim sinhô. Ordenô sim.

Na manhã seguinte, nos fundos da Casa Amarela...

DOMITÍLIA: Mas você é mesmo um perfeito incompetente! Nem pra contratar gente boa de serviço você serve!
TEN. MORAES: Desculpe, Titília. Mas como poderia imaginar que o diabo dos negros não fariam o serviço direito? E agora, o que a gente faz?
DOMITÍLIA: Por enquanto nada. Vamos ficar quietos. E trate de fazer o serviço bem feito com Beija. Dessa vez não poderá haver falhas!

Corta para o gabinete do Imperador, no Paço Imperial.

PEDRO: Meu caro Motta, o que conta de Lisboa?
MOTTA: Pouca coisa boa, desde a perda do meu grande amigo, seu pai. Mas não foi para isso que vim aqui. Da última vez que estive nesse gabinete, Vossa Alteza me expulsou. Espero que hoje possa me ouvir até o final.
PEDRO: Lembro-me muito bem. Falávamos do filho que você teve com Beija e fomos surpreendidos por Veridiana, que ouviu a conversa e virou uma confusão dos diabos...
MOTTA: Exato. Mas descobri que o filho de Beija tem outro pai. Ouvi da boca da própria.
PEDRO: E quem é o felizardo, pai do filho dela?
MOTTA: Vossa Alteza.
PEDRO (incrédulo): Isso não pode ser! Assegurou-me que o filho era seu!
MOTTA: Acho melhor Vossa Alteza esclarecer suas dúvidas pessoalmente.

Horas depois, noite...

Pedro não se contém de ansiedade e galopa para a Chácara Cedro. Porém, ao se aproximar da propriedade, nota algo de muito estranho: da casa sobem imensas labaredas e uma nuvem negra de fumaça domina a paisagem.
 
Chegando mais perto constata o quão devastador fora aquele incêndio.

GUARDA: Será que havia pessoas nessa casa, Alteza? Ninguém poderia sobreviver a um fogaréu desses!
PEDRO (estarrecido): Meu Deus! Será que Beija morreu?!

Continua amanhã às 21:00 horas...

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