4 de fevereiro de 2014

ENCONTRO DO SÉCULO - Cap. 218

< Web Novela de MARCOS SILVÉRIO >

No capítulo anterior...
Depois da surra, Domitília perde o bebê que esperava
Pedro se entristece e lhe pede perdão
Beija reabre a chácara e recebe Coronel Lourenço, de Vila Rica
Chalaça interroga Pedro sobre a briga com Domitília
Pedro revela que Beija armou o flagrante de “adultério”
Chalaça rapidamente informa a Domitília
Ela ordena que Moraes providencie a morte de Beija

CAP. 218

MORAES: Titília, tem mesmo certeza que quer fazer isso? A Viscondessa de Araxá é uma mulher muito influente...
DOMITÍLIA: Se não estivesse certa não teria lhe chamado aqui. Mate Beija! Quero o meu caminho livre daquela mulher.

Benedita, com o ouvido colado na fresta da porta, ouve tudo.

BENEDITA: Meu Deus! Matar Beija?! Titília enlouqueceu de vez...

Corta a para o sobrado da Rua do Ouvidor, na sala.

BEIJA: O que quer me falar de tão importante, Baronesa de Sorocaba?
BENEDITA: A Viscondessa de Araxá sabe que lhe devo a minha vida e que esta gratidão não tem dinheiro nenhum que pague...
BEIJA: Sim, sei disso, a Baronesa já me disse várias vezes. Mas, afinal de contas, o quê mesmo quer me dizer?
BENEDITA: Dona Beija precisa tomar muito cuidado porque estão tramando a sua morte. Soube isso de fontes seguras. E como lhe tenho em alta estima, vim correndo lhe avisar.
BEIJA: Só existe uma pessoa que pode querer a minha morte nessa cidade, que é a sua irmã, a Marquesa de Santos.
BENEDITA: Ela mesma, Viscondessa. Mas pelo amor de Deus, não diga a ninguém que lhe contei nada. Ninguém sabe que reação pode ter se souber disso.
BEIJA: Fique tranquila, Baronesa, seu segredo está bem guardado comigo. Tomarei todo o cuidado. Muito obrigada pela lealdade.

Nos dias seguintes, Benedita sente muitos enjoos e o médico conclui que está grávida.
Na sala da Casa Amarela...

PEDRO: Soube que Baronesa de Sorocaba não tem passado bem nos últimos dias. O que houve?
BENEDITA: Estou esperando um filho.
PEDRO: Que coisa maravilhosa! Um filho é sempre uma dádiva.
BENEDITA: Um filho seu, Pedro.

Nesse exato instante Domitília desce as escadas e ouve a revelação.

DOMITÍLIA (com ódio nos olhos): Filho de quem mesmo, minha irmã?
BENEDITA (constrangida): De Boaventura Delfim, oras, do meu marido, Titília. De quem mais poderia ser?
DOMITÍLIA: Mas seu marido está viajando há meses.
BENEDITA: Engravidei pouco antes de sua partida...

Corta para a mesma sala, horas depois.

DOMITÍLIA (irada): Maldita! Ela sempre quis tudo o que é meu, desde pequena! Agora quer o meu marido e o meu trono! (instantes) Tinha algo estranho no jeito que Pedro olhava pra ela... Nos sorrisos cheios de segundas intenções de ambos... Como fui idiota! Meu Deus... Nos últimos meses Pedro não saía daquela fazenda... E eu, tão sonsa, não desconfiei de nada...
TEN. MORAES: E a Marquesa vai fazer o quê?
DOMITÍLIA: O mesmo que vamos fazer com Beija.
MORAES: Mas se for matar todas as mulheres que se deitam com o Imperador, terá de matar a metade da cidade... Isso é temerário...
DOMITÍLIA: Faça o que estou mandando. Mate-a!

Dias depois, Benedita segue da cidade para a Fazenda Santa Cruz. No meio do caminho a charrete é emboscada por um grupo de negros. O pior não acontece porque um tiro disparado antes da hora assusta os cavalos que partem em disparada.
 
Os atiradores ainda disparam vários tiros. Um deles fere Benedita, mas sem gravidade.

Corta para o sobrado da Rua do Ouvidor. Alguém bate à porta.

BEIJA: Eu atendo, Severina, pode deixar. (e abre)
OUVIDOR MOTTA: Beija! Quanto tempo! Estou de passagem pelo Rio de Janeiro e resolvi visitar o meu filho.

Beija fica estática.

Continua amanhã às 21:00 horas

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