26 de abril de 2010
As reflexões sobre a derrota de Gugu Liberato em noite de estreia de game milionário:
A equipe do “Programa do Gugu” e os principais diretores da Record esperavam muito da estreia de “Gugu Bate em Sua Porta”, quadro que leva toda a estrutura do programa para o jardim de um telespectador. Sucesso nos Estados Unidos, o game estreou com a pior média de Gugu Liberato na Record, fato que se transformou no ponto de partida para muitas reflexões. O que o telespectador quer assistir aos domingos à noite? Por que Silvio Santos conseguiu abrir uma frente de 4 pontos sem nenhuma novidade em seu programa? Estas são apenas algumas perguntas feitas nesta segunda-feira por executivos de TV, especialistas, imprensa e público. O “Programa do Gugu” perdeu, inclusive, para o “Pânico na TV”, que um orçamento modesto e que ficou dois pontos à frente da Record.
A primeira reflexão é sobre a grade do próprio domingo. É tudo muito igual e, sem novidades, o telespectador acaba nos programas mais tradicionais, como é o caso de Silvio Santos, que brinca com sua plateia, faz graça, piadas e não tem vergonha de muitas situações. Ou então, vai para o diferente, no caso o “Pânico na TV”, que aposta no humor. Outro aspecto que merece atenção é o tempo em que os programas ficam no ar e o que oferecem ao público. O “Programa do Gugu” tem quase 4 horas de duração e é baseado em duas ou três longas atrações. O público quer variedade, quadros mais curtos, pessoas diferentes no vídeo ancoradas por um apresentador. No caso de Gugu Liberato, tudo gira nele: estúdios, externas, quadros, brincadeiras. Gugu chama Gugu, que devolve para Gugu. Está na hora de rever essa estrutura e buscar diferenciais que transformem o programa de auditório numa revista eletrônica com auditório. Mas por que Silvio Santos pode ficar um longo tempo na TV e conquistar audiência? Não sei, é preciso perguntar ao telespectador para compreender essa diferença.
É claro que a equipe do “Programa do Gugu” será pressionada para obter resultados e colocar a atração no trilho e em condições de ultrapassar Silvio Santos. Gugu Liberato foi contratado a partir da perspectiva de ótimo faturamento e números altos, que ainda não foram atingidos. Mas a cobrança com o apresentador será diferente. É o maior salário da emissora, tem 8 anos de contrato e um dos nomes da história da TV. Tudo isso gera um respeito maior, que tira de suas costas boa parcela da pressão por resultados.
Fonte: Parabólica JP.
Texto: José Armando Vannucci.
Foto: Divulgação/Record.
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